"Um Par de Sapatos para Antero Quijana" foi meu primeiro conto escrito depois da publicação de Eu vou Esquecer você em Paris (2007). Deparei-me com uma voz narrativa completamente modificada. Que horror! Mas, pensei que deveria ser por causa do tempo que passei sem escrever. Porém, a pedido do amigo Henrique Araújo, enviei uns contos para publicar no jornal O Povo, o que trouxe a confirmação traumática da perda da minha voz .
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Foto de C.C. e Arte de Marco Antonov. |
Confesso que ainda estou me acostumando com a idéia de não estar muda, mas calada. Hoje, o estranho é Eu vou Esquecer você em Paris e não " Um Par de Sapatos...". É como se vê numa fotografia antiga, no entanto, são as palavras a imagem congelada .
Chamada para participar do Projeto Por mais Leitura-PML, no Dragão do Mar, em 2009 (será?), tirei "Um Par de Sapatos..." da gaveta, como se dissesse, vou assumir! Apresentei-o como um conto de amor, algo que remetia às imagens poéticas dos sapatos de Van Gogh e do sapatos de Mario Quintana na janela da pensão onde morava em Porto Alegre. Tive uma boa recepção do público, afinal, todos procuramos o amor!
No entanto, ao apresentá-lo a um novo leitor-filósofo, tive minha armadilha desmontada. Não, aquele não era um conto de amor, mas de "esquecimento". O esquecimento com todas as suas implicâncias. Será o "esquecimento" meu medo, minha voz?
Defenestro, aqui, então "Um Par de Sapatos para Antero Quijana".
Um comentário:
Gostei de seu conto, Carmie. Daria até para se fazer uma novela.
E o Milano? Divertindo-se?
Abraço e beijo (ou vice-versa)
Netto
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