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Arenas por David Levine |
Reinaldo conhecia muito bem o significado desses pontos da história cubana. Ele mesmo havia deixado a casa da mãe para se unir aos revolucionários e, mais tarde, ele também estaria nos campos de concentração para homossexuais. Ele conhecia, como ninguém, a amargura de viver perseguido, rechaçado e humilhado pelo regime revolucionário que ele havia ajudado a “triunfar”.
O interessante é que em setembro deste ano, o comandante Fidel, vestido no seu impecável pijama, fez a seguinte declaração ao correspondente americano da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg: “O comunismo como modelo econômico nunca funcionou no sentido de trazer prosperidade ao povo cubano". Claro que não pude deixar de pensar em Arenas e no que ele pensaria.
No entanto, Reinaldo tinha consciência de que a questão da liberdade não consistia em trocar de país, de regime político, ele mesmo dizia que quando se dá um chute no traseiro do comunismo você recebe aplausos, mas quando se dá um chute no traseiro do capitalismo, você é apenas um coitado berrando e gritando.
Porém, o que me assusta é que por mais que a vida de Arenas tenha sido um " maravilhoso suicídio", como descreveu a amiga Ingrid González, a carta final de Arenas e, embora se trate de uma carta de despedida, ele pede para que tenhamos esperança na vida, mas não no sentido de “espera”, mas de encontro definitivo. C.
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