domingo, 7 de novembro de 2010

Meu poema preferido de Maiakóvski

Vladmir Maiakóvski (1893-1930): cineasta, bolchevique, ator, pintor, poeta, apaixonado por Lila Brik,  futurista,  “publicitário” da revolução e tantas outras coisas. Suicidou-se. "Fragmentos" é um de seus últimos poemas


"Brilhar para sempre,
brilhar como um farol,
brilhar com brilho eterno,
(...)
este é o meu slogan
e o do sol.”
Fragmentos
(...)


4
Passa de uma você deve estar na cama
À noite a Via Láctea é um Oka de prata
Não tenho pressa para que acordar-te
com relâmpago de mais um telegrama
como se diz o caso está enterrado
a canoa do amor se quebrou no quotidiano
Estamos quites inútil o apanhado
da mútua do mútua quota de dano
Vê como tudo agora emudeceu
Que tributo de estrelas a noite impôs ao céu
em horas como esta eu me ergo e converso
com os séculos a história do universo

5
Sei o puldo das palavras a sirene das palavras
Não as que se aplaudem do alto dos teatros
Mas as que arrancam caixões da treva
e os põem a caminhar quadrúpedes de cedro
Às vezes as relegam inauditas inéditas
Mas a palavra galopa com a cilha tensa
ressoa os séculos e os trens rastejam
para lamber as mãos calosas da poesia
Sei o pulso das palavras parecem fumaça
Pétalas caídas sob o calcanhar da dança
Mas o homem com lábios alma carcaça.





(tradução dos trechos:  Augusto de Campos






Referência: http://www.culturapara.art.br/opoema/maiakovski/maiakovski.htmhttp://midialee.wordpress.com/2009/12/10/vladimir-maiakovski/

Nenhum comentário: